terça-feira, 31 de maio de 2011

A UM AMIGO


Um dia, um amigo me abriu seu coração, eu era pura dor, e achei aquilo grande demais pra minha pequena força, meu desolado abrigo... Não acolhi sua bela revelação, seu princípio de mudança...

Agora peço desculpa, amigo, sou humana, incompleta, ainda fraca, subindo a passos miúdos os degraus da mediana perfeição... Estou longe de ser sábia, e, assim como você, sou só inteligente. O que, no entanto, nunca me bastou.

Perdão, amigo, por não ser melhor que a sua pessoa, mais crescida, mais madura... Sou somente humana, com todas as características boas e ruins de qualquer ser humano... Não me abomino por isso, admito, o que pode lhe incomodar, apesar de tentar lutar contra o mal que há em mim...

Não é fácil falar sobre mágoas, para amenizá-las, só falando sobre elas podemos saná-las... Pedir desculpas também não é fácil, assumir os próprios erros, os enganos, isso é se perceber falível, seguindo um caminho incerto, duvidoso... Dúvidas, meu amigo, não são meros sinais de insegurança, não devemos eliminá-las; elas nos alimentam a vida, nos mantêm vivos, ávidos, intensos, criativos... Certezas não fazem ninguém criar, não há por que...

Só a dúvida incita, instiga, provoca, atiça um fogo que pode destruir tudo, sim, ou apenas aquecer o ambiente, trazendo calor humano à nossa frieza... 

Que dúvidas cresçam em nós, meu amigo, e sempre nos sirvam de inspiração. 

Sejamos para o outro, fonte mútua de colorido, criatividade, e principalmente, confiança

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