segunda-feira, 30 de abril de 2018

O CONTO BUDISTA QUE NOS ENSINA A IGNORAR QUEM NOS MACHUCA


Fonte indicada: Green Me
Estamos tão acostumados a reagir por impulso quando alguém nos machuca, que acabamos envenenando o nosso dia ou, às vezes, a nossa vida. Este conto budista nos mostra que muitas vezes nossa felicidade pode depender da nossa capacidade de ignorar aqueles que nos prejudicam.
Quantas vezes nos sentimos ofendidos, tristes, irritados com o comportamento dos outros? Estas reações são comuns e fazem parte do comportamento normal do ser humano. O problema surge quando os sentimentos negativos começam a aflorar e acabam nos desgastando.
Aprender a ignorar uma pessoa tóxica não é simples, mas envolve uma profunda mudança de atitude. Devemos aprender a abrir a mente e a ver as coisas sob um outro ponto de vista. Nesse sentido, falaremos da “aceitação radical”, uma técnica desenvolvida pela psicóloga Marsha M. Linehan da Universidade de Washington.
Do que se trata a aceitação radical?
Trata-se de aceitar algo sem julgamentos. Vamos dar um exemplo: quando alguém nos irrita com suas palavras ou com seus gestos, é porque nós mesmos esperamos determinados comportamentos daquele alguém, e rejeitamos um comportamento diverso daquele que tínhamos imaginado.
Segundo Linehan, essa rejeição alimenta a frustração, o ressentimento, o ódio ou a tristeza e, ao contrário, quando se pratica a aceitação radical, se aceita simplesmente o que quer que tenha acontecido, sem entrar no julgamento do mérito. A distância psicológica cria uma espécie de escudo e garante que, em uma ou em outra situação, não sejamos emocionalmente prejudicados.
O CONTO BUDISTA: Para ser feliz, é preciso ignorar
Dizem que uma vez, um homem se aproximou de Buda e, sem dizer uma palavra, cuspiu-lhe em seu rosto. Seus discípulos ficaram super bravos.
Ananda, o discípulo mais próximo, perguntou a Buda:
– Dê-me permissão para dar a este homem o que ele merece!


Buda se enxugou calmamente e respondeu a Ananda:
– Não. Vou falar eu com ele.
E juntando as palmas das mãos em sinal de reverência, Buda disse ao homem:
– Obrigado. Com seu gesto, você permitiu que eu visse que a raiva me abandonou. Estou extremamente agradecido. Seu gesto também mostrou que Ananda e os outros discípulos ainda são assaltados pela raiva. Obrigado! Somos muito gratos!
Obviamente, o homem não acreditou no que ouviu, ele se sentiu comovido e angustiado. Ele não conseguia explicar o que tinha acontecido. Ele foi acometido por um tremor por todo o corpo e seu suor molhou os lençóis onde dormiu. Em sua vida, nunca havia conhecido um homem com um carisma tão forte. O Buda modificou todos os seus pensamentos e todo o seu modo de viver e de agir.
Na manhã seguinte, o homem voltou ao mestre e jogou-se aos seus pés. Então o Buda se voltou para Ananda:
– Você viu? Esse homem voltou para me dizer algo. Esse gesto de tocar meus pés é a maneira dele de me dizer algo que não poderia ser explicado em palavras.

O homem olhou para o Buda e disse:
– Perdoe-me pelo que fiz com você ontem.
O mestre respondeu que não havia nada para perdoá-lo e explicou-lhe:
– Como o fluxo do Ganges faz com que suas águas nunca sejam as mesmas, então nenhum homem é o mesmo de antes. Eu não sou a mesma pessoa com a qual você esteve ontem. E nem mesmo aquele que me cuspiu, está agora aqui. Não vejo ninguém tão bravo quanto a ele. Agora você não é mais o mesmo homem de ontem, você não está fazendo nada comigo, então não há nada de que eu possa te perdoar. As duas pessoas, o homem que cuspiu e o homem que recebeu o cuspe, já não estão mais aqui. Então, agora vamos falar de outra coisa.
***
O que Buda nos ensina com essa história?
A pessoa sincera e justa não tem motivos para reagir às ofensas porque estas provêm da imagem que uma mente distorcida pode ter, e não da realidade dos fatos. Então, se alguém se comportar mal com você, não deixe sua atitude alterar seu equilíbrio psicológico. Isso só prejudica você e à quem você dá muita importância.
Buda então nos ensina que as coisas podem mudar rapidamente, e também que devemos ter inteligência para compreender isso. Às vezes, passam-se meses antes das desculpas chegarem (se é que chegam), mas o mestre nos diz que não há motivo para levar a mal algo que, tendo passado, no presente já não existe mais.

Na vida ,,,,


domingo, 1 de abril de 2018

HUMILDADE E VAIDADE




HUMILDADE E VAIDADE

O segredo da sabedoria, do poder e do conhecimento é a humildade. Ernest Hemingway (1899-1961)


A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.
Jean de La Bruyère (1645-1696)


“SIC TRANSIT GLORIA MUNDI!” (Como são passageiras as glórias do mundo!).  Esta frase dita pelo Venerável Mestre é o ponto alto de uma Iniciação Maçônica.  Ela encerra uma das maiores verdades e que quase sempre é ignorada por todos nós.  Julgamo-nos eternos e pouco fazemos para vencer as nossas paixões. Os cargos, o poder e a vaidade nos impedem muitas vezes de aparar a pedra bruta que somos, e, esquecemos então um dos princípios mais importantes da Maçonaria que é a humildade.


Já, como neófito, lhe é dito que ele acabou de morrer para a vida profana (Era Vulgar) e renasceu para a Verdadeira Luz.  Isso quer dizer que tudo que o aviltava, quando profano, deverá ser desvestido, inclusive a VAIDADE.  

E, tudo que lhe faltava como virtudes, deverá ser incorporado, inclusive a HUMILDADE. Uma vez Iniciado, o postulante torna-se Maçom, e, como tal, estará sob vigilância de sua própria consciência e dos demais Maçons. 

Comandado pelo Venerável Mestre a Loja dará guarida ao novo Irmão orientando e ensinando o caminho a ser trilhado, agora como Maçom, imbuído de humildade e destituído de ostentação.

A figura do Venerável Mestre, das Luzes ou de qualquer outra autoridade, em uma Loja Maçônica, reflete sempre a bondade e as suas ações que são comparadas as de um pai que aconselha o filho ou do irmão mais velho que o protege.  É por essa razão que a joia do Venerável Mestre (o esquadro) tem um significado tão profundo para todos nós, pois ela representa a retidão das suas atitudes além da confiança que todos os irmãos nele depositam.  

Em nosso meio não há lugar para jactância do mundo profano. Aquele Maçom que por ventura não se enquadre dentro dessas normas irá se sentir deslocado e, mais cedo ou mais tarde, perceberá que está no lugar errado.

Ser humilde significa seguir essa postura e quando perguntado: “Que vindes fazer aqui?”  responder com convicção e com orgulho: “Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria!”

Aquele Maçom que se deixa contaminar pelo sonho passageiro de poder, seja na vida profana ou até mesmo dentro da Ordem infelizmente não entendeu a beleza e a profundidade dos nossos ensinamentos.
Conta-se o caso que no México, há muitos anos, um Maçom foi condenado injustamente à morte. O caso teve grande repercussão dentro e fora da Maçonaria.

O Presidente do México era Maçom e um dia estando em Loja, ocupando o humilde cargo de Guarda do Templo ouviu quando os Maçons indignados discutiam a condenação do Irmão. Foi então que um dos presentes sugeriu que o Presidente do México poderia comutar a pena do referido Irmão.

Arguido pelo Venerável Mestre a resposta foi a seguinte:

“Venerável Mestre este guarda do Templo que vos fala nada pode fazer, mas se o Venerável permitir a minha saída, quem sabe o Presidente do México possa fazê-lo!”

O Irmão condenado foi salvo. Esta pequena narrativa mostra primeiro, aquilo que dizíamos anteriormente que a Maçonaria nivela a todos sem distinções de cargos e de títulos; e, em segundo lugar, a humildade do Presidente do México que sem dúvida entendeu muito bem a frase “sic transit gloria mundi”.

Ser humilde é desbastar esta pedra bruta que somos e com tolerância, bondade e amor tratar não só os seus irmãos, mas também aqueles com os quais convive na vida profana.

Não somos perfeitos e assim sendo, dentro da Maçonaria, encontraremos exemplos de irmãos que por sua postura e pelas suas atitudes são exemplos a serem seguidos, todavia outros existirão que mesmo tendo chegado aos graus mais elevados da Ordem parece que nada entenderam e continuam pedras brutas a serem lapidadas.

Devemos ter sempre em mente que a Maçonaria é perfeita nos seus ensinamentos e naquilo que tenta modificar dentro de cada um de nós, porém nem todos os Maçons entendem desta forma e alguns permitem que o falso brilho das coisas possa ofuscar estas verdades.

Pior que a falta de humildade é a vaidade. 
O Maçom tem o dever de constantemente policiar os seus procedimentos para evitar que a vaidade possa fazê-lo esquecer dos ensinamentos recebidos, que somos todos iguais e que na Maçonaria não existem distinções de títulos e de cargos.

A vaidade, literalmente falando, é a qualidade do que é vão, vanglória, ostentação, presunção malformada de si.  Nos dicionários, soberba, orgulho, arrogância são palavras muito próximas de vaidade.  Homens tomados por esses sentimentos são os que olham para si como dignos de admiração pelos outros. 

Imaginam que estão acima das demais pessoas.
Infelizmente, muitos Maçons não conseguem se desvencilhar desse vício, pavoneando sua condição de algum cargo recebido, por menor que seja exigindo tapete vermelho e deixando ao largo a modéstia.

Ainda bem que esses tipos são poucos...


Créditos:
E. Figueiredo & Caio R. Reis, Eméritos e OObr da ARLS Verdadeiros Irmãos, 669.

TFA
Ir Daniel Marttina - CIM 552820