segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Resgatando a Sua Fé





Nosso principal objetivo é elevar a importância da perspectiva que temos do Criador,
ou seja, adquirir fé em Sua grandeza e poder.

Devemos fazê-lo, porque é a única maneira possível de sair da prisão do egoísmo pessoal e 
entrar nos Mundos Superiores. Podemos experimentar uma extrema dificuldade, ao decidir 
seguir o caminho da fé e abandonar toda a preocupação por nós mesmos. Além disso, 
sentimo-nos isolados de todo o mundo, suspensos no nada, sem o apoio do bom senso, 
do raciocínio ou de qualquer experiência prévia que nos dê suporte.

É também como se tivéssemos abandonado nosso próprio ambiente, família e amigos, 
para nos unirmos ao Criador. Essas sensações surgem quando falta fé no Criador, quando
não podemos percebê-Lo ou a Sua Presença ou o Seu Domínio sobre toda a Criação. 
Nesse momento, sentimos ausência do objeto da fé. Porém, ao começarmos a sentir a 
Presença do Criador, estaremos prontos para nos submetermos totalmente a Seu poder
e para segui-lo cegamente – sempre preparados para nos anularmos por completo diante 
d’Ele – desacreditando nosso intelecto quase de maneira instintiva.

Por essa razão, o principal problema que enfrentamos é o de como perceber a Presença 
do Criador. Portanto, quando surge tal questionamento, vale a pena dedicar toda a nossa 
energia e todos os nossos pensamentos em favor do Criador.

Imediatamente devemos desejar aferrarmo-nos a Ele com todo o nosso ser. Esse sentimento chama-se fé.


O processo pode ser acelerado, se considerarmos que o objetivo é importante. Quanto 
mais valioso for para nós, mais rápido poderemos alcançar a fé, isto é, nossa consciência 
do Criador. Além disso, quanto mais importância atribuírmos à percepção do Criador, 
mais forte esta será, até se tornar parte de nosso ser. A sorte (mazal, em hebraico) é uma
 forma especial da providência, a qual não podemos influenciar de jeito nenhum.

Mas foi ditado pelo Divino que nós, como indivíduos, somos responsáveis pela mudança de 
nossa própria natureza. Depois, o Criador avaliará nossos esforços nessa direção e, 
eventualmente, mudará nossa natureza além de nos elevar acima de nosso mundo. 
Portanto, antes de realizar qualquer esforço, devemos perceber que não podemos 
esperar que forças superiores, sorte ou qualquer outro tratamento especial do Alto 
intervenham a nosso favor.

Pelo contrário, devemos começar reconhecendo completamente que, se não agirmos, não 
conseguiremos o que desejamos. Porém, uma vez tendo completado a tarefa, ou nos 
dedicado ao estudo, ou realizado qualquer outro esforço, devemos chegar à conclusão 
de que: Tudo o que alcançamos como resultado de nossos esforços teria acontecido de 
qualquer maneira, mesmo não tendo feito nada, pois o resultado foi pré-determinado 
pelo Criador.

Desse modo, se desejarmos compreender a verdadeira Providência, em todos os aspectos 
de nossa vida, de antemão deveremos procurar assimilar essas contradições dentro de nós 
mesmos. Por exemplo, pela manhã devemos começar nossa rotina diária de estudo e 
trabalho, deixando para trás todos os pensamentos do Domínio Divino do Criador sobre o 
mundo e sobre seus habitantes.

Cada um de nós deve trabalhar como se o resultado final dependesse somente de nós. 
Mas, no fim, sob nenhuma circunstância devemos nos permitir imaginar que o que 
alcançamos é o resultado de nossos próprios esforços.

Temos que perceber que, mesmo se permanecêssemos na cama o dia todo, de qualquer 
maneira chegaríamos ao mesmo resultado, porque isso foi pré-determinado pelo Criador. 
Portanto, quem desejar levar uma vida baseada na verdade deve, por um lado, obedecer 
às leis da sociedade e da natureza como qualquer outra pessoa; mas, por outro, também 
deve acreditar no domínio absoluto do Criador sobre o mundo.


Todos os nossos atos podem ser divididos em bons, neutros ou maus. Nossa tarefa consiste 
em elevar os atos neutros a bons. Podemos conseguir isso conscientizando-nos de que, 
mesmo quando nos desenvolvemos, no fim, prevalecerá a Vontade do Criador. Por exemplo,
quando estamos doentes, embora saibamos que a cura está totalmente nas mão do Criador, 
devemos tomar o remédio prescrito por um médico autorizado e acreditar que a habilidade do doutor ajudar-nos-á superar nossa condição.

Mas, quando nos recuperarmos, depois de ter tomado o remédio estritamente de acordo 
com as ordens do médico, devemos acreditar que teríamos nos recuperado de qualquer 
maneira, porque esse era o Plano do Criador. Portanto, em vez de agradecer ao médico, 
devemos agradecer ao Criador.


Desse modo, convertemos um ato neutro em um ato espiritual e, ao repetir esse 
procedimento com relação a todos os atos neutros, podemos gradualmente “espiritualizar” 
todos os nossos pensamentos. Os exemplos e explicações dados são importantes, porque, 
na realidade, tudo o que foi dito poder-se-ia tornar sério obstáculo, impedindo nossa 
elevação espiritual. O problema, às vezes, cresce porque pensamos que entendemos os 
princípios do Domínio Divino. Concentramos nossas energias, artificialmente, no 
fortalecimento de nossa crença na onipresença do Criador, em vez de trabalhar de 
maneira árdua em nós mesmos.

Com frequência, a fim de demonstrar fé no Criador, ou simplesmente por preguiça, 
assumimos que não precisamos trabalhar em nós mesmos, pois tudo está em poder do 
Criador; ou ainda, fechamos nossos olhos e simplesmente confiamos na fé cega, ao 
mesmo tempo em que evitamos perguntas fundamentais sobre a verdadeira fé. Porém, 
ao evitar responder a essas perguntas, privamo-nos da possibilidade de progredir 
espiritualmente. Diz-se de nosso mundo: 

“Ganharás o pão com o suor de teu rosto.”

Ainda assim, quando ganhamos alguma coisa, nos é difícil admitir que o resultado 
não dependeu de nosso árduo trabalho ou de nossas habilidades, mas que foi fruto 
do trabalho do Criador. Devemos nos esforçar com o suor de nosso rosto para fortalecer 
nossa fé no domínio absoluto do Criador. Mas, a fim de crescer e experimentar novas 
sensações espirituais, devemos fazer um esforço para entender e aceitar a natureza 
contraditória do Domínio Divino (que parece contraditório apenas por causa da nossa 
cegueira). Somente então saberemos com exatidão o que se espera de nós.

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